sexta-feira, 8 de maio de 2009

De 69 a 2008

Foi em 28 de Junho de 1969, que um raide policial ao bar “Stonewall Inn” deu um resultado inesperado. Ao contrário do habitual, as pessoas não foram ordeiramente para a esquadra, revoltaram-se e durante cinco dias envolveram-se em confrontos com a policia. Não foi a primeira vez que sucedeu. Já em 1966, outra acção das forças policiais resultou em distúrbios, foi na “Compton’s Cafeteria”, um dos pouco locais de São Francisco onde as pessoas Transgéneros se podiam reunir. Enquanto em Stonewall a policia emtrou no bar por este vender álcool sem licença, ser uma local de prostituição e por estar associado ao crime organizado; na Compton’s a justificação oficial, sempre foi o facto de existirem pessoas travestidas lá dentro. Antes de qualquer um destes eventos já existiam algumas associações que se dedicavam à causa LGBT, no entanto estes acontecimentos deram uma maior força à nossa luta. Foi em 1970 que se realizou o primeiro gay pride. Desde aí pelo menos mais 3 letras se juntaram à causa.
Muito mudou desde então, muitas batalhas foram ganhas, são cada vez mais as orientações sexuais que defendem e lutam pelos seus direitos. Antes de podermos adoptar (num futuro próximo esperemos) foi necessário deixar-mos de ser criminos@s e doentes mentais.
Pelo meio deu-se um nome a um estilo de vida diferente, passou-se a usar o termo Queer, como oposto a heteronormatividade. Falo na heteronormatividade e não na heterossexualidade, porque existem muitas práticas pouco normativas praticadas por pessoas hetero. Este ano tentou-se incluir o poliamor como mais uma causa que se junta oficialmente à marcha. As reacções não têm sido das melhores. Aparentemente não é por ser mais uma letra, mas sim por ser uma prática que não agrada a toda a gente. Ninguém é transversalmente LGBT, será um factor para voltarmos a ser só Gpride? Outra oposição foi o poliamor ser uma prática controversa e passível de ser considerada pela população heteronormativa, como altamente negativa. Pressuponho que o “Stonewall Inn” era um poço de virtudes e pureza normativa... Muito mudou desde aquela noite de 1969, em que as pessoas simplesmente não queriam ser presas, mas convém reflectir que caminho queremos tomar. Lá porque ganhámos umas migalhas, vamos desistir de atacar os pratos em cima da mesa? Manternos-e-mos exclusivistas? Ou alargaremos a nossa luta, reconhecendo que existem mais sexualidades disscriminadas?


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