sexta-feira, 8 de maio de 2009

Não têm clubes de Cruising

Não têm clubes de cruising, saunas, drag kings, travecas de rua ou carrossel. No que toca ao consumo pornográfico, surgem na categoria hetero, no gaydar são 50 nos dias (muito) bons, e têm direito a menos consumos gratuitos. São os parentes pobres dos gays na sociedade de consumo.

Haverá muitas razões para isso, a primeira de todas o facto de ganharem até menos 20% que os homens, ainda independentemente da orientação sexual.

Pergunta-se até à nausea se as lesbicas são feministas, com o mesmo ar motivador de quem pergunta "gostas mais da mamã ou do papá?", de quem quer obrigar a representar. Eu explico: são as condições materiais de existencia, a satisfação/reconhecim ento de necessidades que definem o poder. Actualmente, já só é possível ser feminista ou dogmático da inferioridade da mulher, cumprir a constituição ou alterá-la segundo o dogma (ou ficar quietinho à espera que ELAS, as mulheres façam uma das duas, e não se comprometer a uma queda auto inflingida).

Assim como nos anos vinte se chamava sangue ou raça à cultura, discutindo-se se a judeídade passava pela mãe ou pelo pai, pela educação ou pela herança, hoje em dia levamos com a urgencia da espécie, sempre em estado de sobrevivencia, com a sobrepopulação, seu contrário que dá no mesmo, com o colapso da segurança social ou renovação de gerações, com a natalidade como fenómeno estatístico, popula-ção, popula-ção de um território, não como fenomeno pessoal. Perguntar se mulheres e reprodução são uma combinação eterna é chamar sangue à cultura. As mulheres geram, não reproduzem, e sim, faz parte do bolo das necessidades ignoradas como intrínsecas a este ser enrolado num falso neutro. Pode é não gerar. Pode nem sequer educar ninguém, ser misantropa e até ermita. Isso não tem nada a ver com passar a ferro a roupa dos carecas enquanto criança. Não tem nada a ver com a actual performatividade da diferença, voluntária ou inevitável.

Eco-nomia traduz-se como "gestão do lar", e as rAlações da política sexual só passaram a criar sentido quando as relações de produção passaram do lar para a industria, quando o investimento do poder na segunda afrouxou o controlo no primeiro, deixando um vazio entre ambas. Ficaram lá os costumes como "regra até prova em contrário", tanto os costumes da legitimação, como os de ilegitimidade (vossa senhora, até a gramática!); a figura económica da mulher ainda anda aí enredada, e não raro disputada. L e G são a mesma coisa em LGBT? São mesmo lidos em termos de homosexualidade ou esta ultima é um eufemismo, um máximo denominador comum? Senhores, os vossos textos lesbicos, já de seguida.

Rosa que Fuma.


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